Tudo era cinza e pó. O exército inimigo,
arrasando os
povoados,debandara
sem deixar-lhes a graça de uma seara,
de um pouso ou de um abrigo.
E o bravo Camisão, que em Bela Vista
sentira a febre louca da conquista
e a alegria estupenda de vencer,
prova, agora, a tristeza dos crepúsculos,
essa tristeza que relaxa os músculos,
ensinando a sofrer.
Tudo era cinza e pó. As provisões escassas
não permitiam prosseguir.
A sede e a fome a lhes fazer ameaças
e o fantasma do mal a lhes sorrir.
De Carlos Camisão a inaudita bravura,
que, às vezes, chega às barras da loucura,
não enfraquece nunca.
Ei-lo à frente das tropas, calmo e forte,
de alma serena diante a garra adunca
do espírito da morte.
E através das campinas pantanosas
retrocedem as forças dizimadas
pelo “cholera-morbus”, pelo horror
da febre, sede e fome. As cenas dolorosas
dessas longas jornadas
são pintadas
pela pena de escol de Taunay, o escritor
e também da Laguna heróico lutador.
E ao chegar a Jardim mais mortos do que vivos,
guardando nas retinas fatigadas
a lembrança das tétricas jornadas
através do sertão,
sofreram mais que nunca esses heróis altivos
vendo expirar o bravo Camisão.
E conservam as páginas da História
de nossa Pátria a lúgubre memória
desse quadro de horror negro e brutal
em que pôde a coragem brasileira
tornar mais vivo o brilho da bandeira, d
a gloriosa bandeira nacional!...