Glória a vós, que viveis dentro do sonho,
Glória a vós, que sonhando morrereis!
Em vossas mãos as minhas armas ponho;
As minhas armas: meu broquel e arnez.
Não são as armas bélicas de Marte,
Destinadas ao horror e à destruição,
Porém afeitas a lutar pela arte
Na batalha do sonho e da ilusão.
A alma simples das coisas não percebe
Quem pela vida bruta e material
Troca o néctar do amor, os vinhos de Hebe,
Num aniquilamento espiritual.
Sonhadores, Antheus extraordinários,
Capazes dos desertos transformar
Em prados verdejantes, ó templários
Mais fortes do que o céu e do que o mar,
A vós meus sonhos! Minhas armas ponho
Em vossas mãos: meu gládio e meu arnez.
Glória a vós, que viveis dentro do sonho,
Glória a vós, que sonhando morrereis!