Iracema do Nascimento Moreira – sua vida e obra
O lado profissional
Foi colaboradora constante e figura valiosa na concretização das atividades educacionais levadas a efeito pelo seu marido, Prof. Achilles Alves, em Avelar e localidades próximas.
Era uma pessoa simpática e carismática, profissional competente e responsável por tudo o que realizava.
Foi secretária responsável pela elaboração e controle dos documentos escolares do antigo Ginásio José Eulálio de Andrade, hoje pertencente à rede pública.
Esse estabelecimento de ensino foi fundado em 1957 pelo Prof. Achilles Alves, que também foi seu diretor, e pela Profª Lina Monte-Mór, na ocasião diretora do Grupo Escolar Ribeiro de Avelar (ensino básico).
O Ginásio fazia parte de uma rede nacional particular de ensino, sem fins lucrativos - a Campanha Nacional de Educandários Gratuitos (CNEG), que depois passou a se chamar Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC), idealizada e fundada pelo Prof. Felipe Tiago Gomes, em 1943.
Bastante versátil e com bons conhecimentos na área da educação, a Profª Iracema também atuou como professora assistente de Francês e Inglês nesse estabelecimento, destacando-se igualmente como professora de Português e demais disciplinas constantes do antigo curso primário, dando aulas a pequenos grupos, em sua residência.
Criou, com o apoio do seu marido, os cursos de datilografia e taquigrafia, em convênio com a Escola Remington, empresa de destaque da época.
Naquele tempo, saber datilografar corretamente e com destreza era requisito quase indispensável para trabalhar em diversas profissões. (Era equivalente a ter conhecimentos básicos de informática nos dias de hoje).
O curso de Taquigrafia era também bastante concorrido, por pessoas ávidas de um saber diferenciado.
Depois do falecimento do seu marido, ainda atuou como professora de datilografia no Colégio Lemos Cunha, na Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro, até se aposentar.
Suas aulas eram muito concorridas e apreciadas, pela inovação implantada: datilografia ritmada (com música), o que permitia aos alunos datilografar compassadamente, com batidas mais firmes e uniformes, diminuindo inclusive o número de erros. Naquela época, a maioria das máquinas de escrever não possuía mecanismo para apagar, e ainda não havia computadores de uso pessoal como hoje.
O lado familiar
O casal teve três filhos: Achilles Filho, Maria da Gloria e João Roberto. Abdicou de trabalhar fora, enquanto as crianças eram pequenas, para poder cuidar da família, como era costume na época.
Sempre dedicada aos seus filhos - a quem chamava carinhosamente de suas jóias preciosas, sempre cuidou deles e de seu marido com todo carinho e zelo.
Ainda arranjava tempo para se dedicar à música. Formou-se em acordeonista, pela Escola de Música Mário Mascarenhas, o melhor professor (e dono) de academia de acordeón da época.
Também cantava, com uma voz aberta e agradável.Ainda na companhia de seu marido e filha, foi morar em Petrópolis e por fim retornou à cidade do Rio de Janeiro, sua terra natal, onde veio a falecer em 1987.